22 agosto 2006

Cable car tour - uma pequena amostra




Quando já se tem a viagem de regresso marcada, o tempo começa a passar noutra velocidade. Neste momento os dias já começam a voar, e todo o tempo livre deve ser investido em novas descobertas. O último fim-de-semana foi non-stop de novidades: Berna, Basel e o percurso do teleférico aqui em Freiburg. A Floresta Negra não pára de me surpreender! Depois do passeio de bike com o pessoal da residência, a subida nocturna até Zharinger a falar de sessões de espiristimo, fantasmas e lobisomens com os casais maravilha cá do sítio (spooky!), perdermo-nos na floresta à noite, na eminência de chuvada e sem vermos ponta dum corno, só faltava mesmo a visão aérea da região. E esta excede todas as expectativas, mesmo num dia de chuva e nevoeiro! No comments.

De visita à Suiça






Infelizmente começo a habituar-me a ser o 3º violino, expressão alemã que substitui a nossa vulgar "ser a vela". Agora que penso nisso, a alternativa mais óbvia ao violino seria "arranjar um alemão", como dizem os amigos dos meus pais. DASSE! Só se tivesse desesperada! :-) Mas vamos ao que interessa. Ser o 3º violino até pode ser bom se isso implicar uma viagem a uma terra nova e se os violinos-mor forem uns porreiraços. E foi o que aconteceu. Um alemão, uma argentina e aqui a tuga em direcção a Berna (pa quem não sabe é a capital da Suiça!! Eu não vou dizer nomes... :-), a cidade dos ursos, património mundial da Unesco. Caracterizada pelas lojas em caves, pelas arcadas para proteger da chuva e da neve, pelos autocarros antigos que nos levam a qualquer destino, pelos desgraçados dos ursos enjaulados na entrada da cidade (espectáculo deprimente). Diz a lenda que se deixarem de ter os ursos na cidade, esta será arruinada. Tirando este pormenor, gostei da cidade, sente-se a carga histórica, sente-se tranquilidade nos jardins donde se avista o rio e sente-se a civilização, com muita oferta de lojas e actividades. De regresso a Freiburg, ainda tivemos tempo de visitar Basel, ou Basileia em tuguês, nome que dá urticária, parece nome de cidade santa. :-) Bem simpática Basel. Dividida pelo Reno, dá uma sensação de frescura óptima, que me faz falta, especialmente depois de viver tanto tempo nesta terra onde só se vê água a cair do céu. Tem o contraste de imensos edifícios históricos lindíssimos com as torres modernas de multinacionais (como a Accenture, Bentes!), especialmente de companhias farmacêuticas.

Resumo das actividades

Durante tanto tempo sem dar notícias, é obvio que foram vários os acontecimentos interessantes (já sabem que a minha vida é por demais excitante!). Conheci alguns dos restaurantes da floresta negra e descobri que a cozinha alemã não é má de todo, pelo contrário, até tem pratos interessantes. Exemplos? Panquecas à bolonhesa (mistura de prato austríaco e italiano, q copiões estes gajos!), veado com fusilli, pessego, chantilli e morangos. MHAM! Eu sei, parece demasiado exótico, mas é muito saboroso. :-)
Em termos culturais, experimentei pela primeira vez um cinema alemão. E por quê a 1ax só agora, passados 5 meses de cá estar? Óbvio: filmes dobrados! BLHARGH!!! Q nojo! Tive a infelicidade de ver alguns traillers dobrados. É absolutamente aterrador! Eu nem sou fã da Jennifer Aniston nem do Vince Vaugh, mas ia morrendo de susto ao vê-los "falar" alemão. DASSE! Atrasados dum raio! E quanto aos piratas, por quem tanto esperei, desiludiram-me imenso...
Quem não desiludiu foram os Franz Ferdinand! Os tipos não são geniais, mas são bons naquilo a que se propoem: muita energia, boas guitarras e claro, o grande Alex Kapranos, com o seu vozeirão e o seu charme de front man (apesar de ser feio que nem... um alemão!) e a mostrar-se um conhecedor da língua francesa, o que fez delirar os fans (vi o concerto numa pequena cidade francesa, Colmar).

02 agosto 2006

Dá-me lume.... e sonhos!

Rosa meditativa (1958), Salvador Dali

Felizmente, este blog tornou-se num ponto de encontro do pessoal de quem sinto falta, meaning, dos meus amigos. Há já algum tempo que andava a pensar nisto: propor-vos uma partilha dos nossos sonhos, dos nossos desejos. Já imaginaram o que gostariam de tar a fazer daqui a 5, 10 anos? Com quem, onde? Claro que sim! É isso que vos quero ouvir dizer! No dia em que ... serei feliz! Apesar de ter aprendido (aprendido com a vida, claro está! :-) que não devo fantasiar em demasia, continuo a perder-me pela terra dos sonhos. É isso que me faz levantar às 6:30, na esperança que este dia seja melhor, que já falta menos para alcançar tudo aquilo que me fará feliz.

E chega o momento de responder à questão...

1) Sonho: ter um relógio Omega antes de chegar aos 30! :-D
2) Desejo: paz de espírito, deixar as minhas dúvidas existenciais e inseguranças de uma vez por todas!
3) Serei feliz no dia em que o homem da minha vida se revelar e pedir-me "Dá-me lume, não deixes o frio entrar..."

01 agosto 2006

Qué que queres, pá?!

O cavaco do reino dos peixes! :-D

31 julho 2006

E agora... Konstanz!




Agora que começo a fazer a contagem decrescente para o regresso à santa terrinha, tenho de aproveitar todo o tempo livre para passear. Foi o que fiz neste fds. O destino foi Konstanz, o motivo: visitar uma amiga. A cidade é pitoresca, gira, mais característica que Freiburg mas também mais pequena. Mas tem uma grande vantagem: o Bondensee, o lago. Lindíssimo e MUITO refrescante! Nada que se pareça com o sequeiro de Freiburg. :-s
O que também foi refrescante foi tar com a Suzy, partilharmos experiências acerca dos cromos dos nossos chefes, comentarmos acerca da elevada densidade populacional de aves raras na Alemanha... Chegarmos à conclusão que sofremos do mesmo mal... (tem cuidado com as importações/exportações!! ;-)
E para fazer deste post história, vou adicionar uma foto minha! É verdade! Pela primeira vez, e talvez pela última, vou mostrar-me ao mundo. :-) Reparem no tamanho da minha bata! Nops, não tou mais gorda, é uma bata feita ao tamanho alemão! E o estilo das botinhas? E o efeito psicadélico? Ok, já chega. :-)


28 julho 2006

Strasbourg




Fim-de-semana. Um casal de italianos. Compras. Misturem tudo e dá: viagem a Estrasburgo! :-) Cidade simpática, com alguns contrastes, ie, com muitos monstro-monumentos, o Reno, as casas tipicamente Alsacianas e lojas a sério como Fnacs e Virigins e Kenzos e tal. :-) Senti-me a voltar à civilização. Check it out the photos! :-D
Ultimamente, sinto-me presa, nesta terra pronvinciana, onde quase tudo parece ter parado no tempo: as pessoas, que continuam a parecer hippies dos 60s, as lojas (ir ao supermercado é uma verdadeira aventura!), o cinema, onde só se podem ver versões originais 3 meses depois da versão dobrada e ainda assim uma vez por semana! Haja pachorra! Isto é que é um país evoluído?! É óbvio que tem coisas boas, como o ordenamento das cidades, projectadas a pensar no crescimento das mesmas, com jardins, vias para os ciclitas ou a prestação de serviços, que é um pouco melhor que a tuga, ou o que se paga de iva, apenas 16%, ou... ou o pão e as tartes. Não me consigo lembrar de mais nada.
Freiburg é mt bonita. Para se visitar e até mesmo para se viver. Mas não dá para mim. Preciso do mar, preciso de dar um passeio na doca, preciso de ir aos artistas, preciso de tar com os meus amigos (já que nenhum deles me vem visitar... :'( ), preciso de espairecer os olhinhos, como diz a outra, e ver gente bonita... Enfim, preciso da minha terrinha. :-)

PS - A torre da catedral teve de ser fechada ao público. Razão: 2 ou 3 suicídios/ano.
PS2 - Aquela espécie de chuveiro é mt fixe, especialmente num dia de 30 e muitos graus. Almocei numa esplanada com uma cena daquelas! Cool! :-D

17 julho 2006

E depois de Zürich?


O fim de semana que passou foi dos melhores, se não o melhor, dos que já tive enquanto emigrante. O mais engraçado é que o passei junto de emigrantes, a comer bacalhau com natas e falar a bela língua de Camões (mesmo que com sotaque alentejano-alemão!). Como diria o Jorge, eu gosto mesmo é do quintalinho! E do que me liga a ele, acrescento eu. :-)
Zürich provou-se-me ser aquilo que tinha imaginado, mas melhor. Exibe-se como uma cidade rica, tal como nós sabemos que é. A densidade de Porsches é absolutamente surreal!! Para não falar nos Maserati (rabiosque de um na foto), Lamborghini, Ferraris (vi dois amarelinhos, um atrás do outro)... Enfim, o luxo acelera pelas avenidas da cidade. Na baixa, encontram-se as lojas que provavelmente vestem os donos dos popós de que falava acima: todos os costureiros famosos mais alguns que nunca ouvi falar, mas a julgar pelo preço devem ser famosos também. E a minha perdição, como não poderia deixar de ser, foram os relógios. Tava na Suiça, caramba! Ainda namorei uns swatch, que na terra-mãe até são mais baratos, mas acabei por não comprar nada. Vieram-me as lágrimas aos olhos quando vi os Omega lindos nas montras das relojoarias (aos quilates por cada rua de Zurique), acoplados a uma plaquinha onde se lia qualquer coisa que incluia milhares de francos... :'( Enfim, isto serviu para criar mais um desejo consumista para o futuro: ter um Omega! Hehehe!!
Mas nem tudo foi baba perante o luxo. Também andei pela floresta, onde quase nos perdemos, trepando a montanha para chegar ao ponto mais alto da cidade, de onde se tem uma vista espectacular! Também passeei junto ao lago de Zurique, cheio de gente a lagartar ao sol e a tomar banho naquela aguinha duvidosa... Resumindo e concluindo, foi muito divertido. Adorei o fds! Bigada família Ramos! ;-)
Como sempre, falo-falo-falo e não digo nada. Aqui ficam as fotos que falam por si! :-)

11 julho 2006

O verão Freiburguês aka o verão do chinelo

Quem disse que a Universidade do Algarve era a "universidade do chinelo" estava redondamente enganado. Na universidade de Freiburg ou mesmo na cidade, em geral, vale tudo: andar de chinelo, andar descalço, andar em tronco nu ou até mesmo nu (infelizmente já vi de tudo aqui...)! Ok, nus na universidade nunca vi (gráçás à déus, né?!)! Quem me conhece bem, conhece também a minha aversão à chinelada. Não há paxorra para ouvir aquele barulhinho irritante: truc-truc praqui, truc-truc prali. Pior só mesmo se for um homem a chinelar (que coisa tão unsexy!!!) e aqui ainda há a agravante do temperamento alemão, um pouco agressivo, promovendo a amplificação sonora do fenómeno, já de si tão agradável.
E como por terras alemãs, não só vale tudo em matéria de roupa e acessórios (ou a falta deles), também vale tudo em relação ao sítio onde arroxar e xonar um cadinho. E com esta vos deixo mais uma imagem típica de Freiburg. :-)

27 junho 2006

O primeiro encontro... com a polizei!

Hoje decidi "perder o amor ao dinheiro", como diria a minha avó, e fui comprar uma garrafinha de azeite galo à casa Portugal. Como queria chegar cedo a casa, segui o meu instinto de modo a percorrer o caminho mais rápido do lab à loja. Como até tenho um bom sentido de orientação, não demorou muito a chegar ao sítio que queria, atravessando uma zona da cidade que não conhecia e que descobri ser mt bonita. O problema é q nos dias que correm ando mt distraída e quando dei por mim estava na auto-estrada!! Não sei se por azar ou sorte, estava um acidente a uns 300 metros do desvio por onde tinha entrado. Logo que me aproximei do carro da polícia que estava a tratar do assunto, sai um policia com quase 2 metros de altura a dizer que não podia tar ali e rebeubeu-rebeubeu (em alemão!) e aponta-me para o passeio: Ja (leia-se "ya"), eu sei, mas como é que passo para o outro lado da protecção?! O tipo pega na bike e tuca, passa-a para o outro lado. E eu, tuca, pulo a protecção do passeio! E só tive tempo para agradecer: Danke schöne!! :-)
E como agora me sinto uma verdadeira emigrante, tive de meter conversa com o senhor da casa Portugal (é verdade, fui eu que meti conversa!). Discutimos o jogo amarelo-vermelho da selecção (primeiro jogo do mundial que assisti, em directo da cctv, canal do povo chinês), o senhor insistiu que trouxesse um livrinho com a ementa dos nossos jogadores... Até que lhe perguntei quantos tugas vivem em Freiburg. O meu queixo caiu quando ouvi a resposta!! SE-TE-CEN-TOS!!! 700! Cum caraças, somos mm uma praga! :-)

19 junho 2006

Back to life, back to reality




Depois de uma semana e meia de clausura, eis que me sinto voltar ao mundo dos vivos. E a minha primeira experiência lá fora (adoro estas referências ao big brother, caso não tenham reparado) foi fantástica! Dia de jogo da selecção portuguesa: Portugal-Irão. Segundo me disseram, grande jogo, com vitória. Claro que tuga que é tuga tem de ir p'rá rua fazer barulho, de preferência com muita buzinadela. E em Freiburg foi a mesma coisa! Sair à rua e andar 200 m foi o suficiente para assistir à histeria tuga, na Alemanha, em Freiburg, uma cidadezinha pequena no cu de judas! Vários carros cobertos de bandeiras e os nossas queridos emigrantes aos gritos todos doidos (nota de rodapé: a vida de emigrante por aqui não deve ser má. A registar station waggon BMW, Passat, Golf, Civic novinhos em folha!! Tá-se!)! Na condição de emigrante, é óbvio que o patriotismo e o orgulho nacional andam à flor da pele e vá de fazer um berreiro, braços no ar e lágrimas, tudo à mistura! LINDO!! :-D Nem quero imaginar como teria sido se tivesse estado em Frankfurt...
De resto, the return trouxe tudo o que já se sabia: o tempo de merda (voltou a chover), as parvoíces do chefe (hoje decidiu ignorar-me), o sem-tido de humor do dançarino de salsa (BLHARGH!), a presença agradabilíssima da minha colega de lab (sempre calorosa). Enfim, mtas coisas boas.
Para ser sincera devo confessar que estava a habituar-me a viver à la 24, emoção non-stop, tensao qb, tony almeida,... :-) Esta noite até sonhei com um rapto!! Não sei é se preferia ficar com o raptado se com o tony! Hehehe! ;-)

11 junho 2006

St. Josefskrankenhaus

Teimosa (e um pouco orgulhosa) como sou, é natural que não podia faltar ao trabalho um dia, só porque tinha tosse e não me sentia 100% operacional, nem que fosse domingo ou feriado. Resultado: ja faltei 2 dias e vou ter de faltar pelo menos mais 2. :-( Moral da estória: assim que se sintam doentes, parem. É o melhor a fazer.
Mas o que interessa falar aqui é o atendimento médico alemão. É óbvio que não sei se o sistema funciona assim em todos os hospitais, mas no St. Josefskrakenhaus a coisa funciona bem. Imaginem a sala de espera do hospital de Faro com... 3 pessoas. E essas 3 pessoas eram eu, o Andy e o Markus (obrigada meninos, pela tradução, disponibilidade e paciência!). E agora imaginem uma enfermeira e um médico só para mim. E imaginem a enfermeira perguntar várias vezes se eu não me importo de tirar sangue, se tenho medo de o fazer, se costumo sentir-me mal nesta situação. E agora imaginem o médico a perguntar se me pode examinar (!!!), se me importo de fazer uma raio-X ("mas tens a certeza?", perguntou várias vezes e depois de lhe garantir que não estava grávida). Ok, pedi demais, não foi? Impossível pensar num hospital português sem pensar em caos e sem pensar em médicos que nem sequer nos ouvem.
Os médicos do hospital universitário de Freiburg estão em greve há 2 meses e meio (são muito mal pagos. Exemplo? Aqui na residência vive um urologista com 30 e tal anos e um filho. De certeza que não ganha o mesmo que um especialista tuga...). Como me dizia a Mafalda, eles que aprendam português e vão trabalhar para Portugal! Bem precisamos de verdadeiros médicos, não de homens e mulheres de negócios que exercem medicina...

06 junho 2006

O regresso a terras gelado-germânicas, o gripe, a seca, a emigração

Hoje sinto-me deprimida. É oficial. Estou doente há vários dias (que merda de tempo, tem tado 10ºC durante o dia!), trabalhei durante o fim-de-semana prolongado, nao tive acesso à net em casa. Doente e incomunicável: combinação perfeita. Enfim.
Mas como tristezas nao pagam dívidas, tenho de fazer a actualização dos acontecimentos mais interessantes da última semana. Estava eu na residência a preparar a janta, quando sou interpelada por um dos indianos ex-residentes da casa (mais uma tirada à big brother). “Uére ar iu fróme? Porrtugál? Iu luk véri uaite!” Céus, parecia o Zezé Camarinha!! Bem, mas nada de engates que o gajo é maricas… Empresário no ramo da (pirataria de) música, negociando com países como o nosso, tá claro.
E como o melhor fica sempre para o fim, aqui fica o relato mais fantástico dos últimos tempos: Is the phone broken or something? by Loopless @ Zero (uma loja de roupa)! Verdade, verdadinha. Nao só é uma das minhas músicas preferidas, como estava a passar na rádio, na Alemanha. Com a lagriminha no canto do olho e um sorriso pateta, voltei a sentir o orgulho português (qué isso? :-) e a nostalgia do ser emigrante. Um cliché, é certo. Mas que soube bem, muito bem.

30 maio 2006

Back!



Depois de uns belos dias de semi-férias na terrinha, cá estou de volta a Freiburg. O regresso foi melhor do que esperava: até gostei de reencontrar alguns dos meus colegas de trabalho e de voltar ao meu quartinho de residência. Mas a animação começou antes de chegar a Freiburg. Já viram as fotos? Assim é fácil de adivinhar: cockpit do avião e o (bonzão do) co-piloto e os alpes franceses ao pôr-do-sol! :-) Roam-se de inveja! Foi demais!
Depois de uma viagem excitantíssima, saio para a rua e ia morrendo de frio! A temperatura de hoje ainda é pior: 10ºC! DEZ GRAUS!! Caramba, tamos no fim de Maio! E a previsão para os próximos dias não é animadora... Pronto, já chega. Se continuo só penso em voltar para o Algarve, para o calor, a praia, para os amigos, para os caracóis,... if you know what I mean! ;-)

17 maio 2006

A queda de um mito


Ora muito bem, alguma vez se perguntaram porque razão se chama Floresta Negra à dita cuja? Desenganem-se se acham que é por causa do ambiente assustador e negro no seu interior ou até pela cor das árvores! Como alguém já me disse, aparentemente desiludido, "mas a floresta negra é verdinha!", e é mesmo! Ao que parece a floresta recebeu o nome de negra por causa da cor do solo! É rico num mineral muito escuro. Na pequena volta que dei pela floresta, ela estende-se por uma região muito grande, tive oportunidade de passar por alguns sítios com ambiente à la senhor dos anéis, é certo. Mas não tem nada de spooky, pelo menos eu não senti isso. Talvez no inverno seja mais intimidante. O passeio de ontem fez-me sentir noutra dimensão, num espaço isolado do mundo real, senti-me numa cena dum filme ou na minha própria imaginação. Mas esta conversa toda foi só para ter uma razão para incluir mais umas fotografias! :) Enjoy!

16 maio 2006

Behind the Black Forrest

Finalmente! Finalmente fui passear pela Floresta Negra. Numa palavra: ESPECTACULAR! Em duas: espectacular e linda. Apaixonei-me. Black Forrest, you take my breath away! E tirou mesmo! Para lá chegar tive de subir imenso, ora de bicicleta, ora a pé. Não tenho palavras nem fotografias capazes de descrever a grandiosidade da floresta. Só posso dizer: venham cá e confirmem pelos vossos próprios olhos!

12 maio 2006

A freakalhada alemã :)


Pois é meus caros, depois de mais de uma semana sem dar notícias (dias atarefadíssimos no lab!), cá estou de novo para desabafar um pouco das agruras da vida de emigrante. :-)
Desde o primeiro dia de bloguista que me tinha proposto falar do ambiente geral alemão. Não o senti só aqui, em Freiburg, mas também em Stuttgart, por isso penso que posso relativamente generalizá-lo. Há momentos em que sinto ter viajado no tempo: recuo directamente até aos anos 80, 70 e até 60... Isto acontece qd ando pelas ruas: mts hippies por aqui, daqueles que ainda são do tempo dos hippies! É curiosa a diferença que existe entre as pessoas. Depois de conhecer esta realidade, os portuguese parecem-me uns robozinhos, todos vestidos de igual, com a roupinha e os sapatos supostamente fashion, mesmo q sejam a coisa mais desconfortável q existe. Aqui, ninguém quer saber. Vê-se mts homens c a camisa abotoada ate acima (óbvio! Não têm pêlos no peito!! :-) e calça a meia canela, senhoras na casa dos 60 maquilhadíssimas com cores berrantes, muitos piercings, mtas rastas, mtas camisas de flanela aos quadrados, tipos com o aspecto metallica-1990, muitas mulheres de bigode (céus, MUITAS mesmo! E ainda gozam com as tugas!)... Apesar de lhes ter chamado freakalhada, há q salientar que eu gosto deste ambiente. Gosto da diferença, gosto das pessoas não se preocuparem tanto com a aparência (aqui não há elevadores com espelhos! :-). O facto de Freiburg ser uma cidade universitária contribui ainda mais para o ambiente multicultural e para as diferenças, para os contrastes.
Por outro lado, se numas coisas são super organizados, como burocracia por exemplo, noutras os alemães parecem tão simplórios! Os mercados na rua, as quintas que servem comida à la gardere, os açucareiros em cima das mesas! E pensar que os alemães pensam 2 e 3 x antes de passar férias em Portugal por questões de higiene?!...
Como sempre, o meu post vem acompanhado de uma foto ilustrativa: o mercado de Freiburg (todos os sábados), com a catedral ao lado e a floresta negra ao fundo, acompanhados de mutos turistas franceses e suiços.

02 maio 2006

Um sinal de esperança


Às vezes, aquilo que queremos não está no centro das nossas vidas...

01 maio 2006

O dia do trabalhador


Sempre achei que a ideia da folga do trabalhador, no 1 de Maio, era justa. Mas chamar dia do trabalhador ao dia da folga não me parece bem. Sim, porque há alguns desgraçados - como eu - que também têm de trabalhar neste dia. E sofrem muito ao ver o descanso dos outros! :-)) Ok, não é sofrimento, é inveja. Hoje de manha, ~8:30, quando ia para o lab, cruzei-me com quatro ou cinco pessoas no percurso todo desde a minha casa até lá. E era óbvio que aquelas pessoas não estavam a pé por vontade própria. Todas estavam a passear os seus respectivos lulus, ie, tavam a pé devido às necessidades fisiológicas dos seus fiéis companheiros! E pronto, foi nesse momento que percebi a minha triste condição de trabalhadora...
Para compensar uma manhã enfiada no instituto, completamente deserto, fui passear até ao jardim botânico. Fica mm ao lado da minha casa e por incrível que pareça ainda não o tinha visitado. É lindíssimo! No verão deve ser espectacular. Imaginei-me logo a comer um gelado, toda fresca, à sombra daquelas árvores fantásticas. Ou então a ler. E foi o que fiz. Passei 2 horitas relaxantes, a ler, a sentir o ar fresco, a ouvir os passarinhos, a pensar na vida... no dia do trabalhador e nos caracóis que não comi.

30 abril 2006

Reflexões


Hoje apetece-me falar de tudo um pc, de nada um tudo...

Passei o domingo quase todo no lab e os resultados foram escassos. :-( Quando estive em Stuttgart conheci um rapaz grego, Alexandroulos (ou qq coisa do género :-), também aluno de doutoramento. Tivemos a trocar impressões e chegámos à mesma conclusão: a ciência ensina-nos a ser pacientes, preserverantes, a perceber que mts passinhos de bebé podem crescer para um passo de gigante, ou entao não. O certo é que é um caminho. Aonde nos leva? Não sabemos! Para quem sempre foi uma control freak, como eu, os pequenos incidentes como os de hoje são ainda mais frustrantes. Mas querem saber uma coisa? Quando as coisas correm bem, a sensação não é boa, é óptima! E nesses momentos tudo volta a fazer sentido e apetece dar pulinhos e aqueles gritos estridentes mm à gaja! :-D
Não só a vida do lab, mas também a vida cá fora (pareço um concorrente do big brother!) tem-me ensinado a ser paciente e menos controladora, especialmente nos últimos tempos. Finalmente percebi que nem sempre podemos controlar o que fazemos, o queremos, o que desejamos... É tramado.

Mudando de assunto: cerveja alemã. Provei a 2a ontem à noite. Confirma-se, a cerveja alemã é boa, mas é mais leve que a portuguesa. Mas pior não foi a cerveja, foi mm a situação, e era aqui que queria chegar. Mais uma vez é confirmada a minha triste condição: atraio sempre os homens errados! Depois do assédio sudanês na residência, calhou-me um alemão-quarentão que dança salsa! Jesus Christ! Cadê o meu morenaço português, 25-30 anos, barba rija (bata branca?)? :-)) Bolas, não posso controlar tudo, já sei! DAM! :-)

Não posso terminar sem postar mais uma foto. Aliás, como até começo a sentir-me bem disposta de novo (é bom desabafar!), vou postar DUAS fotos!

Aqui ficam duas imagens típicas de Freiburg: os ribeirinhos pelas ruas do centro da cidade e os carris do tram todos relvados!

27 abril 2006

Biciclando...


Quando vinha a caminho de casa, à chuva, a conduzir a minha bike, dei por mim a pensar q me sentia feliz por estar aqui, agora. Uma das coisas que mais me agrada neste novo estilo de vida é a minha fiel companheira. Apesar de velhota e com o pneu traseiro em avançado estado de deterioração, não me tem deixado mal (até ao dia em q resolver rebentar! Mas que querem, a cavalo dado não se olha o dente!! :). Tenho-me tornado numa condutora mt agressiva, como diria o meu pai se me visse nestas andanças! Transgrido muitas leis do código (tou perita em passar sinais vermelhos!), pulo passeios, contorno obstáculos difíceis! O certo é que os senhores automobilistas respeitam quem anda de bicicleta, ao contrário do que acontece por terras lusas, e sinto-me bastante segura na estrada (o maior perigo sou mm eu! :-D) E por aqui também há muitos cromos do tunning e afins! Ao fim-de-semana há carradas de carros desportivos, descapotaveis, na estrada, com putos lá dentro acompanhados da bela da música da treta (tão a imaginar hip hop alemão? BLHARG!). Para finalizar em grande e para dar a conhecer a minha menina aos mais distraídos, deixo-vos uma foto! :-)

25 abril 2006

FAQs - "Os alemães, são giros?"

Isto de estar no es-tran-gêi-ro promove certos acontecimentos que seriam altamente improváveis se estivesse em casa. Por exemplo: os meus tios telefonam-me!! E uma das perguntas mais frequentes e recorrentes é: "atão, e os alemães, são giros?", ao que eu tenho de responder, na sinceridade que me caracteriza, "Não!" (infelizmente!, acrescento agora :-(). Os portugueses são bem mais calientes... ;-) Os alemães, uns pãezinhos sem sal. E desenganem-se rapazes, as mulheres também não são nada de especial! Por aqui o pessoal mais jeitoso é emigrante. A cidade tem pessoas do mundo inteiro e facilmente se encontra gente nas ruas a falar espanhol, italiano, francês e até português (especialmente do brasil). Normalmente, as caras larocas são latinas. :-))

A vidademigrante

Um mês depois de chegar a Freiburg não aguentei e fui à casa de Portugal, para ver como é que é a coisa. Pois bem, a Casa de Portugal não é mais que uma mercearia que podia situar-se em Trás-os-Montes ou Bixeu. Ax pexoas que a governam falam axiím (esta é para ti Jorge!)! E os amigos ou conterrâneos que a frequentam também! Todos os que vi tinham um sêlo na testa: "EMIGRA"! :-) Meu deus, onde me vim meter?! Será que vou ficar assim? Por enquanto consigo passar por local, dado o número de pessoas que já me pediram indicações na rua. Mas voltando à casa de Portugal (coisa q não devo repetir...), a ideia original era comprar azeite, azeite português. Depois de verificado o preço - 8 oirrós - esquece lá isso. Dou meia volta e compro uma latinha de sumol que, apesar de tudo, uma pessoa tem de contribuir para a vida difícil do emigrante português! :-)

23 abril 2006

O começo!

A pedido de muitas famílias e com tempo livre em demasia, resolvi criar o meu blog. Rendi-me, e cá estou eu a juntar-me à comunidade bloguista!

Vou aproveitar este espaço para desmistificar algumas das imagens de marca alemãs, pôr umas fotos da cidade e, eventualmente algumas fotos minhas, só para que os mais cépticos possam confirmar q ainda caibo na minha roupa! :-)