27 junho 2006

O primeiro encontro... com a polizei!

Hoje decidi "perder o amor ao dinheiro", como diria a minha avó, e fui comprar uma garrafinha de azeite galo à casa Portugal. Como queria chegar cedo a casa, segui o meu instinto de modo a percorrer o caminho mais rápido do lab à loja. Como até tenho um bom sentido de orientação, não demorou muito a chegar ao sítio que queria, atravessando uma zona da cidade que não conhecia e que descobri ser mt bonita. O problema é q nos dias que correm ando mt distraída e quando dei por mim estava na auto-estrada!! Não sei se por azar ou sorte, estava um acidente a uns 300 metros do desvio por onde tinha entrado. Logo que me aproximei do carro da polícia que estava a tratar do assunto, sai um policia com quase 2 metros de altura a dizer que não podia tar ali e rebeubeu-rebeubeu (em alemão!) e aponta-me para o passeio: Ja (leia-se "ya"), eu sei, mas como é que passo para o outro lado da protecção?! O tipo pega na bike e tuca, passa-a para o outro lado. E eu, tuca, pulo a protecção do passeio! E só tive tempo para agradecer: Danke schöne!! :-)
E como agora me sinto uma verdadeira emigrante, tive de meter conversa com o senhor da casa Portugal (é verdade, fui eu que meti conversa!). Discutimos o jogo amarelo-vermelho da selecção (primeiro jogo do mundial que assisti, em directo da cctv, canal do povo chinês), o senhor insistiu que trouxesse um livrinho com a ementa dos nossos jogadores... Até que lhe perguntei quantos tugas vivem em Freiburg. O meu queixo caiu quando ouvi a resposta!! SE-TE-CEN-TOS!!! 700! Cum caraças, somos mm uma praga! :-)

19 junho 2006

Back to life, back to reality




Depois de uma semana e meia de clausura, eis que me sinto voltar ao mundo dos vivos. E a minha primeira experiência lá fora (adoro estas referências ao big brother, caso não tenham reparado) foi fantástica! Dia de jogo da selecção portuguesa: Portugal-Irão. Segundo me disseram, grande jogo, com vitória. Claro que tuga que é tuga tem de ir p'rá rua fazer barulho, de preferência com muita buzinadela. E em Freiburg foi a mesma coisa! Sair à rua e andar 200 m foi o suficiente para assistir à histeria tuga, na Alemanha, em Freiburg, uma cidadezinha pequena no cu de judas! Vários carros cobertos de bandeiras e os nossas queridos emigrantes aos gritos todos doidos (nota de rodapé: a vida de emigrante por aqui não deve ser má. A registar station waggon BMW, Passat, Golf, Civic novinhos em folha!! Tá-se!)! Na condição de emigrante, é óbvio que o patriotismo e o orgulho nacional andam à flor da pele e vá de fazer um berreiro, braços no ar e lágrimas, tudo à mistura! LINDO!! :-D Nem quero imaginar como teria sido se tivesse estado em Frankfurt...
De resto, the return trouxe tudo o que já se sabia: o tempo de merda (voltou a chover), as parvoíces do chefe (hoje decidiu ignorar-me), o sem-tido de humor do dançarino de salsa (BLHARGH!), a presença agradabilíssima da minha colega de lab (sempre calorosa). Enfim, mtas coisas boas.
Para ser sincera devo confessar que estava a habituar-me a viver à la 24, emoção non-stop, tensao qb, tony almeida,... :-) Esta noite até sonhei com um rapto!! Não sei é se preferia ficar com o raptado se com o tony! Hehehe! ;-)

11 junho 2006

St. Josefskrankenhaus

Teimosa (e um pouco orgulhosa) como sou, é natural que não podia faltar ao trabalho um dia, só porque tinha tosse e não me sentia 100% operacional, nem que fosse domingo ou feriado. Resultado: ja faltei 2 dias e vou ter de faltar pelo menos mais 2. :-( Moral da estória: assim que se sintam doentes, parem. É o melhor a fazer.
Mas o que interessa falar aqui é o atendimento médico alemão. É óbvio que não sei se o sistema funciona assim em todos os hospitais, mas no St. Josefskrakenhaus a coisa funciona bem. Imaginem a sala de espera do hospital de Faro com... 3 pessoas. E essas 3 pessoas eram eu, o Andy e o Markus (obrigada meninos, pela tradução, disponibilidade e paciência!). E agora imaginem uma enfermeira e um médico só para mim. E imaginem a enfermeira perguntar várias vezes se eu não me importo de tirar sangue, se tenho medo de o fazer, se costumo sentir-me mal nesta situação. E agora imaginem o médico a perguntar se me pode examinar (!!!), se me importo de fazer uma raio-X ("mas tens a certeza?", perguntou várias vezes e depois de lhe garantir que não estava grávida). Ok, pedi demais, não foi? Impossível pensar num hospital português sem pensar em caos e sem pensar em médicos que nem sequer nos ouvem.
Os médicos do hospital universitário de Freiburg estão em greve há 2 meses e meio (são muito mal pagos. Exemplo? Aqui na residência vive um urologista com 30 e tal anos e um filho. De certeza que não ganha o mesmo que um especialista tuga...). Como me dizia a Mafalda, eles que aprendam português e vão trabalhar para Portugal! Bem precisamos de verdadeiros médicos, não de homens e mulheres de negócios que exercem medicina...

06 junho 2006

O regresso a terras gelado-germânicas, o gripe, a seca, a emigração

Hoje sinto-me deprimida. É oficial. Estou doente há vários dias (que merda de tempo, tem tado 10ºC durante o dia!), trabalhei durante o fim-de-semana prolongado, nao tive acesso à net em casa. Doente e incomunicável: combinação perfeita. Enfim.
Mas como tristezas nao pagam dívidas, tenho de fazer a actualização dos acontecimentos mais interessantes da última semana. Estava eu na residência a preparar a janta, quando sou interpelada por um dos indianos ex-residentes da casa (mais uma tirada à big brother). “Uére ar iu fróme? Porrtugál? Iu luk véri uaite!” Céus, parecia o Zezé Camarinha!! Bem, mas nada de engates que o gajo é maricas… Empresário no ramo da (pirataria de) música, negociando com países como o nosso, tá claro.
E como o melhor fica sempre para o fim, aqui fica o relato mais fantástico dos últimos tempos: Is the phone broken or something? by Loopless @ Zero (uma loja de roupa)! Verdade, verdadinha. Nao só é uma das minhas músicas preferidas, como estava a passar na rádio, na Alemanha. Com a lagriminha no canto do olho e um sorriso pateta, voltei a sentir o orgulho português (qué isso? :-) e a nostalgia do ser emigrante. Um cliché, é certo. Mas que soube bem, muito bem.